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O desastre do óleo na costa brasileira


Em 30 de agosto de 2019, manchas de óleo começaram a aparecer no litoral nordestino. O primeiro local a ser atingido foi na Paraíba e o que parecia ser uma poluição localizada foi se tornando mais abrangente nos dias seguintes. Na segunda semana, seis estados já tinham registro de óleo e na quinta semana, as manchas já tinham atingido todos os estados do NE. Hoje, sabemos que a costa do Espírito Santo já tem registros do óleo e existe a possibilidade do litoral fluminense vir a ser impactado nos próximos dias.

Ao todo, mais de 350 locais registraram ocorrência das manchas, muitos deles dentro de Unidades de Conservação, locais delimitados para proteger a flora e a fauna e contribuir para a preservação de espécies ameaçadas. A ameaça à vida marinha é evidente, tanto pela ingestão e intoxicação, quanto pela dificuldade de locomoção que tartarugas, aves e outros animais podem sofrer cobertos pelo petróleo.

Mais de 120 animais já foram registrados atingidos pelo petróleo, mas esse número esconde o impacto que não é tão evidente, em animais como mariscos, ostras e, consequentemente, toda a cadeia que se alimenta desses animais.

A dimensão da tragédia é enorme tanto na extensão do litoral atingido, mais de 2,5 mil quilômetros da costa, como nos impactos ao meio ambiente, à economia e aos modos de vida das populações que vivem diretamente dos recursos naturais marinhos. Pescadores já sentem a enorme queda na procura por pescados na região, além de diminuirem os esforços de pesca para trabalharem na limpeza das praias.

Estima-se que o impacto econômico vai ser sentido por mais de dez anos na região. Não só pela queda na atividade turística, mas principalmente na atividade pesqueira. No desespero para limpar as praias, voluntários acabam se arriscando ao agir com pouco ou quase nenhum equipamento de proteção individual (EPI), o que pode ser muito arriscado para a saúde.

A atuação de ONGs foi fundamental nesta contenção inicial da tragédia e no fornecimento deste tipo de equipamento para os voluntários. No entanto, o EPI resolve apenas a situação emergencial. Para enfrentar todo o problema causado por essa tragédia, será preciso entender os impactos a médio e longo prazo, por meio de estudos científicos e pesquisas. Com base nestes estudos é que poderão ser tomadas medidas eficazes para a restauração destes ecossistemas marinhos.

O Projeto Verde Mar está acompanhando as movimentações e trabalhos que estão sendo realizados e em contato direto com parceiros, principalmente da região da APA Costa dos Corais, onde estivemos no início deste ano e a Unidade de Conservação Marinha mais atingida pelo desastre.

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