Proteger os mangues é proteger a vida. Verdadeiros berçários de vida marinha, os manguezais são ecossistemas essenciais para a saúde do oceano. Grandes fixadores de carbono, também são imprescindíveis na luta contra a crise climática que estamos vivendo. A APA de Guapi-Mirim, aos fundos da Baía de Guanabara, é um desses ambientes.
"A Baía de Guanabara não pode morrer. Os últimos movimentos por parte das autoridades ditas competentes ameaçam a vida que ainda persiste neste importante ecossistema fluminense, mais precisamente na Área de Proteção Ambiental de Guapi-Mirim, que abrange os municípios de Magé, Itaboraí, São Gonçalo e Guapimirim - responsável por resguardar os manguezais ainda preservados do entorno da Baía de Guanabara (o maior de todo o Estado do Rio de Janeiro). Além das inúmeras espécies que dependem deste trabalho, toda a economia em torno da pesca artesanal e do turismo de base comunitária também está ameaçada. Ou seja: homem e natureza vão sofrer juntos a consequência das ações perigosas e irresponsáveis que estão em curso.
No dia 13 de maio de 2020, uma grande reestruturação foi imposta, sem qualquer planejamento participativo. E agora, a única ação efetiva e duradoura ação do governo federal para a melhoria das condições ambientais da Baía de Guanabara pode simplesmente acabar. Como? Com o desmonte do trabalho realizado com enorme sacrifício de servidores concursados, da comunidade local, da sociedade civil organizada, de universidades públicas e privadas, de pesquisadoras e pesquisadores, de empresas ambientalmente responsáveis, das prefeituras dos municípios ao redor, de organizações não-governamentais e de homens e mulheres que lutaram para a criação da APA de Guapi-Mirim.
O ICMBio diz que os servidores serão deslocados para o município de Teresópolis. A sede administrativa da APA de Guapi-Mirim e da ESEC da Guanabara conta com localização estratégica para a proteção dos manguezais do fundo da Baía de Guanabara. Desde 1984, recebeu importantes investimentos materiais, advindos de compensações por acidentes ambientais. Essa sede corre o risco de ser desativada! O patrimônio público, construções, embarcações, viaturas, cais e garagem de embarcação podem virar sucata!"
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