A Grande Barreira de Corais, na Austrália, enfrente este ano um dos maiores eventos de branqueamento da história. Em monitoramento realizado a partir de imagens aéreas de 1036 recifes por toda a extensão do Parque Marinho australiano, foram detectados fenômenos de branqueamento em cerca de 60% deles, sendo que em 35% tiveram um branqueamento moderado e 25% severo. Apesar de não ser mais extenso que o branqueamento de 2016, este é o terceiro evento nos últimos cinco anos.
Outra questão envolvida, é que um fator chave na descrição da gravidade de um evento de branqueamento é a quantidade de corais que morrem, não apenas a quantidade de corais que branqueiam. Devido às restrições operacionais na água por causa da COVID-19, é provável que menos dados sobre os resultados de mortalidade / recuperação de corais desse evento de branqueamento sejam coletados do que nas outras ocasiões.
A Grande Barreira de Corais começou a ganhar destaque por sua degradação a partir de 1998, quando começaram a perceber o fenômeno de branqueamento associado principalmente ao aquecimento da água do oceano. Desde então, foram mais quatro grandes eventos: em 2002, 2016, 2017 e agora em 2020.
Enquanto as operações de mergulho estão paralisadas na região, empresas de ecoturismo estão aproveitando o tempo para "semear" novos corais pela Grande Barreira. Uma dessas empresas é a Passions of Paradise, que já "plantou" 1.000 pedaços de coral entre setembro e março. Como os clientes precisam ficar em casa por causa da pandemia de coronavírus, os funcionários da empresa "podem se concentrar apenas em plantar esse coral e trabalhar em maneiras eficientes de obter a maior eficácia em um período específico", disse o gerente de sustentabilidade ambiental do Passions of Paradise, Russell Hosp ao jornal Good Morning America. Apenas quatro mergulhadores e um biólogo marinho saem em cada barco, a fim de manter o distanciamento social, e seguirão semanalmente fazendo este trabalho de regeneração até que as operações turísticas possam ser realizadas novamente.
E não é apenas a Grande Barreira de Corais que está sofrendo com o aquecimento das águas do oceano e o fenômeno de branqueamento. No Brasil, também estão sendo registrados branqueamentos em diferentes regiões, dos recifes do Rio Grande do Norte à Abrolhos até os costões rochosos do Rio de Janeiro, como mostramos no vídeo abaixo produzido em 2019 na Baía de Ilha Grande.
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