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Kelly Slater em polêmica pelo abate de tubarões nas Ilhas Reunião


A morte recente do bodyboarder Alexandre Naussance vítima de um ataque de tubarão nas Ilhas Reunião reacendeu o debate sobre a questão dos tubarões no território francês, que fica ao leste da costa africana.

Antes de entrar na polêmica que envolveu o onze vezes campeão mundial de surfe, Kelly Slater, e o fundador da Sea Shepherd, Paul Watson, vamos aos fatos:

O ataque a Alexandre aconteceu numa área em que estão banidas atividades aquáticas, já que este foi o vigésimo incidente envolvendo tubarões desde 2011, sendo oito deles fatais. Impactado pela notícia, Jeremy Flores, representante das Ilhas Reunião no circuito mundial de surfe, postou em suas redes sociais mais uma vez sua posição em defesa do controle da população de tubarões da espécie Bull Shark através da caça e abate de indivíduos na região. Surpreendentemente, Kelly Slater, notável defensor da biodiversidade marinha, postou um comentário endossando a posição de Jeremy, dizendo que há um claro desequilíbrio na região e que é preciso realizar abates diários dos tubarões para que o problema seja controlado.

Como era de se esperar, Slater recebeu inúmeras mensagens tanto de apoio quanto de críticas, principalmente por parte de ambientalistas e defensores da biodiversidade marinha. Para apaziguar os ânimos e tentar esclarecer a situação, o fundador da Sea Shepherd, Paul Watson, publicou um texto defendendo que Kelly Slater não é inimigo dos tubarões e que provavelmente ele não tenha refletido suficientemente antes de manifestar sua opinião neste caso. “Primeiramente, fiquei desapontado, mas não zangado, com Kelly. Ele é um dedicado defensor da conservação do oceano e já se manifestou muito contra o abate de tubarões. Então, foi um choque para mim saber que ele realmente havia dito isto. Kelly é um homem de compaixão e estava reagindo à morte de um jovem surfista, que acredito que foi um impulso como reação inicial para a tragédia. Não acredito que isto apague os incríveis esforços que Kelly fez ao longo dos anos para aumentar a preocupação de como nós, como espécie, estamos fazendo para destruir a biodiversidade nos oceanos”.

No mesmo texto, Paul Watson segue: “Acredito que se os surfistas da ilha realmente querem achar uma solução, precisam entender que o abate não funciona e o remédio deve ser a restauração da ecologia marinha, o incentivo ao retorno das espécies de tubarão de arrecife, o aumento da biodiversidade e, até se chegar a estas soluções, as praias devem ficar fechadas. A defesa contra os Bull Sharks é uma população saudável de tubarões de arrecife e uma rica diversidade da população de peixes”.

Olhando pelo lado positivo de toda esta polêmica, talvez o que Kelly Slater tenha dito não seja legal, mas trouxe à tona a realidade de que há um grande mal-entendido sobre esta questão e a única solução precisa estar em uma objetiva pesquisa científica, com uma real solução ecológica e o abate de tubarões, definitivamente, não é uma dessas soluções.

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