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Em novo relatório, cientistas pedem exame científico urgente de intervenções climáticas

Destaques

  • Pesquisadores do CCAG defendem abordagem baseada em evidências científicas para frear aquecimento global

  • Técnicas de remoção de dióxido de carbono e de reparação climática precisam de investigação mais aprofundada antes de implantação

  • Enfrentamento da crise climática só surtirá efeito se redução de gases de efeito estufa for intensificada


As tentativas mundiais de reduzir as emissões globais falharam perigosamente. Como resultado, as reduções de emissões por si só já não são suficientes para nos colocar novamente no caminho de um futuro seguro e administrável para a humanidade. As conclusões são de um novo relatório, divulgado nesta terça (5) pelo Grupo Consultivo sobre Crise Climática (em inglês, Climate Crisis Advisory Group – CCAG).

O relatório afirma que são necessárias medidas urgentes para examinar criticamente toda a gama de intervenções climáticas, incluindo a remoção do excesso de gases de efeito estufa da atmosfera e a reparação de partes dos sistemas climáticos globais e regionais.

O CCAG defende uma abordagem equilibrada e baseada em evidências para as intervenções climáticas – particularmente técnicas de remoção de dióxido de carbono (CDR) e biomimética de reparação climática que requerem uma investigação mais aprofundada antes da implantação. O grupo apela a um trabalho urgente para aprofundar rapidamente a compreensão destas técnicas para garantir que qualquer utilização futura seja viável e segura.

“Embora seja claro que plantar árvores por si só não resolverá a crise climática, será necessário preservar as paisagens naturais e restaurar o maior número possível de ecossistemas da Terra para manter um sistema climático saudável. Da mesma forma, o CDR não é uma solução definitiva para enfrentar a crise climática, mas as técnicas podem ser a nossa única esperança se o excesso – decorrente do atraso na eliminação progressiva dos combustíveis fósseis – exceder níveis críticos”, comenta Gustavo Alves Luedemann, pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) e membro brasileiro do CCAG. “Portanto, é urgente que tenhamos discussões abertas entre as mais diversas partes interessadas sobre a questão, e que promovamos o envolvimento na ação climática.”

À medida que o mundo provavelmente ultrapassar o limiar de 1,5ºC e os efeitos da crise climática continuarem a aumentar, o foco nas intervenções climáticas só irá intensificar, destacam os cientistas. Segundo o relatório, provavelmente serão necessárias uma governança forte e diretrizes para a implantação de estratégias, exigindo níveis sem precedentes de cooperação internacional.

Assim, políticas para cada fase de remoção de dióxido de carbono devem ser desenvolvidas, além de pesquisa para sua implementação dessas técnicas. Será preciso, por exemplo, levar em conta que os impactos sociais, econômicos e ambientais irão variar de acordo com a região de implementação destes programas, o que terá efeito sobre a aceitabilidade destas intervenções, destaca o documento.

Embora o relatório afirme que é mais importante do que nunca examinarmos e avaliarmos potenciais intervenções climáticas, também reconhece que o CDR e a reparação climática só ajudarão a alcançar os objetivos climáticos se a redução profunda e rápida das emissões de gases de efeito estufa também for intensificada.

O relatório faz parte de uma série de análises feitas de forma independente pelo CCAG – e divulgadas, em primeira mão, para jornalistas brasileiros pela Agência Bori (veja relatório anterior). O CCAG reúne 15 especialistas do clima de 10 países diferentes, com a missão de impactar na tomada de decisão sobre a crise climática.


Fonte: Agência Bori

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